ARTHIUS - SUPREMACIA MULTIVERSAL (XXV)



HUMANIDADE



Um tempo se passara após a nomeação dos novos Overlords. Maori – agora com dezoito anos - pensava enquanto aproveitava o sossego da floresta ao fundo do castelo, seu refúgio.

- Sabia que te encontraria aqui.
- Olá, Asuka.
- Algo te incomoda, amor?
- Não exatamente. Mesmo chegando onde estou o medo de me perder no caminho ainda permanece. É o único temor que possuo.
- Travamos uma eterna batalha interna. Não se assuste tanto com isso...
- Tentarei.

Asuka trouxe o guerreiro ao calor dos seus braços. Aquele sorriso encantador sempre confortava Maori.

- Não se preocupe. Estarei do seu lado.
- Fico aliviado em saber disso. Você seria uma oponente bem problemática.
- Sim, te derrotaria em uns dez segundos.
- Convencida... Maori riu.
- Mudando de assunto... A hora se aproxima...
- Dalkart, não é?
- Exato. Vangladius está quase terminando de reunir o pessoal.
- E aquela Mão Multiversal?
- A base de Dalkart é constituída de instalações antigas. Há registros de uma estátua antiga de Rimsalah no interior do castelo deles. A Mão Multiversal nada mais é que uma parte dessa estrutura. Analisando a leitura de energia podemos rastrear a localização exata do local, mesmo que este se mova.
- E pensar que uma coisa tão esquisita teria utilidade...

A conversa dos guerreiros foi interrompida bruscamente:

- Desculpe aparecer sem avisar mas há algo que precisa ver, Maori.
- Se veio até aqui então realmente é importante, Marin. Asuka poderá nos acompanhar?
- Claro. Vamos...

A monitora transportou os jovens até um horizonte vermelho que logo despertou uma familiar sensação em Maori:

- Isso é Sedna?

- Sim. Toda essa destruição é resultado de conflitos religiosos entre a raça humana.
- Cadê todo mundo? Asuka procurava formas de vida.
- Contrabandistas intergalácticos aproveitaram a confusão e capturaram os poucos milhares de humanos que sobraram para escraviza-los. Alguns - com capacidade intelectual mais aguçada - serão estudados minunciosamente.
- Não se enganem. Esses desgraçados não têm conserto. Continuarão a adorar algo, mesmo que signifique a destruição do semelhante. Ser vil é a essência da minha maldição chamada humanidade.   
- O cômico é que estávamos conversando sobre isso instantes atrás...
- Não tentará salvá-los? Certamente o Vangladius permitiria. Disse Marin.
- Por quê? Por acaso deveria demonstrar compaixão por esses desgraçados egoístas? Eles que se danem. Cada um que afunde no próprio mundinho de merda...
- Ao menos o planeta poderá se recuperar do estrago.
- Pois é.
- Bem, era só isso. Vamos retornar...

Novamente na floresta de Arthius:

- Perdão por te fazer experimentar isso.
- Tudo bem. Fez bem em vir até aqui.
- Bom, não quero atrapalhar mais o casal. Já estou indo. Aliás... como conseguiste uma garota tão linda, Maori?
- Quando descobrir te conto. O Overlord riu.

Marin desapareceu, deixando os jovens a sós outra vez:

- Estava pensando em umas coisas também... Disse Asuka, envergonhada.
- Diga.
- Após terminamos toda essa confusão com Dalkart solicitarei à rainha uma autorização para você morar comigo em Naturia.
- Não acho que seja uma boa ideia...


- Por quê? Prefere o cheiro de mofo daquele templo ao calor do meu corpo?
- Não, sua besta! A Ice não vai com a minha cara. Maori riu.
- Isso a gente resolve... Asuka riu.



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Enquanto o resto da humanidade pagava o preço dos erros o jovem Overlord se entusiasmava com o futuro. Quantos obstáculos ainda virão para a paz reinar absoluta?

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