HUMANIDADE
Um tempo se passara após a nomeação dos novos Overlords. Maori
– agora com dezoito anos - pensava enquanto aproveitava o sossego da floresta
ao fundo do castelo, seu refúgio.
- Sabia que te encontraria aqui.
- Olá, Asuka.
- Algo te incomoda, amor?
- Não exatamente. Mesmo chegando onde estou o medo de me
perder no caminho ainda permanece. É o único temor que possuo.
- Travamos uma eterna batalha interna. Não se assuste
tanto com isso...
- Tentarei.
Asuka trouxe o guerreiro ao calor dos seus braços. Aquele
sorriso encantador sempre confortava Maori.
- Não se preocupe. Estarei do seu lado.
- Fico aliviado em saber disso. Você seria uma oponente
bem problemática.
- Sim, te derrotaria em uns dez segundos.
- Convencida... Maori riu.
- Mudando de assunto... A hora se aproxima...
- Dalkart, não é?
- Exato. Vangladius está quase terminando de reunir o
pessoal.
- E aquela Mão Multiversal?
- A base de Dalkart é constituída de instalações antigas.
Há registros de uma estátua antiga de Rimsalah no interior do castelo deles. A
Mão Multiversal nada mais é que uma parte dessa estrutura. Analisando a leitura
de energia podemos rastrear a localização exata do local, mesmo que este se
mova.
- E pensar que uma coisa tão esquisita teria utilidade...
A conversa dos guerreiros foi interrompida bruscamente:
- Desculpe aparecer sem avisar mas há algo que precisa
ver, Maori.
- Se veio até aqui então realmente é importante, Marin.
Asuka poderá nos acompanhar?
- Claro. Vamos...
A monitora transportou os jovens até um horizonte
vermelho que logo despertou uma familiar sensação em Maori:
- Isso é Sedna?
- Sim. Toda essa destruição é resultado de conflitos
religiosos entre a raça humana.
- Cadê todo mundo? Asuka procurava formas de vida.
- Contrabandistas intergalácticos aproveitaram a confusão
e capturaram os poucos milhares de humanos que sobraram para escraviza-los. Alguns
- com capacidade intelectual mais aguçada - serão estudados minunciosamente.
- Não se enganem. Esses desgraçados não têm conserto. Continuarão
a adorar algo, mesmo que signifique a destruição do semelhante. Ser vil é a
essência da minha maldição chamada humanidade.
- O cômico é que estávamos conversando sobre isso
instantes atrás...
- Não tentará salvá-los? Certamente o Vangladius
permitiria. Disse Marin.
- Por quê? Por acaso deveria demonstrar compaixão por
esses desgraçados egoístas? Eles que se danem. Cada um que afunde no próprio
mundinho de merda...
- Ao menos o planeta poderá se recuperar do estrago.
- Pois é.
- Bem, era só isso. Vamos retornar...
Novamente na floresta de Arthius:
- Perdão por te fazer experimentar isso.
- Tudo bem. Fez bem em vir até aqui.
- Bom, não quero atrapalhar mais o casal. Já estou indo. Aliás...
como conseguiste uma garota tão linda, Maori?
- Quando descobrir te conto. O Overlord riu.
Marin desapareceu, deixando os jovens a sós outra vez:
- Estava pensando em umas coisas também... Disse Asuka,
envergonhada.
- Diga.
- Após terminamos toda essa confusão com Dalkart
solicitarei à rainha uma autorização para você morar comigo em Naturia.
- Não acho que seja uma boa ideia...
- Por quê? Prefere o cheiro de mofo daquele templo ao
calor do meu corpo?
- Não, sua besta! A Ice não vai com a minha cara. Maori
riu.
- Isso a gente resolve... Asuka riu.
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Enquanto o resto da humanidade pagava o preço dos erros o
jovem Overlord se entusiasmava com o futuro. Quantos obstáculos ainda virão
para a paz reinar absoluta?
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